quarta-feira, 11 de setembro de 2013


Panela de pressão


O Plenário da CLDF estava uma verdadeira panela de pressão na tarde de ontem (10). Servidores de diversas carreiras do GDF estavam concentrados na entrada do edifício, galerias e nos arredores do Plenário, externamente. Quando a sessão começou, um grupo de servidores começou a bater nos vidros e o clima de tensão tomou conta do Plenário. Do lado de dentro, o temor era que as vidraças viessem à baixo, num estrondoso ruído pedindo a votação dos projetos que reestruturam diversas carreiras. Apenas três projetos de reestruturação de carreiras foram aprovados: carreira de Atividades do Hemocentro; carreira Auditoria e Controle Interno do DF; e a carreira da Defensoria Pública, que contou com lobby da ordem dos Advogados do Brasil Secção DF (OAB-DF), representada pelo presidente Ibaneis Rocha.
 

MMA parlamentar 


“Ser deputado hoje em dia é igual ser lutador de MMA. Só consegue vencer quem aguenta apanhar mais”, afirmou o deputado Agaciel Maia (PTC), em aparte ao colega Dr. Michel (PEN), que esbravejava na Tribuna da CLDF sobre a denúncia de que ele aluga um carro em uma pizzaria. Experiente, Agaciel alertou o colega: “Você tem se destacado aqui dentro. Se continuar fazendo um bom trabalho, certamente vai ser alvo dessas ações políticas. A distrital Eliana Pedrosa também aparteou Michel: “parabéns pela sua coragem. Seu trabalho está no caminho certo. Queria tê-lo em meu partido”, completou.
 

Divisão estratégica


Pegou muitos de surpresa, principalmente o governo, a ruptura do bloco parlamentar formado pelos partidos PMDB/PTC/PTdoB/PPL, que reunia 6 parlamentares. Com isso, ao invés de apenas um líder, deputado Olair Francisco, passam a ser três: Wellington Luiz, pelo PMDB, Olair Francisco, pelo  PtdoB, e Agaciel Maia, pelo PTC. Em off, parlamentares relataram que a divisão é estratégica, uma forma de garantir mais autonomia frente a insatisfação da bancada com o GDF. Uma fonte assegura que a verdadeira razão é que o PMDB está se organizando para ganhar autonomia e, assim, poder se manifestar de forma a contrapor o GDF em discussões internas da Casa. É o sinal claro da intenção em por fim a aliança com o PT!
 

Salvo pelo gongo


Raad conseguiu suspender sua cassação
Foto: CLDF

O deputado distrital Raad Massouh (PPL), que seria julgado pelos próprios pares hoje, sob acusação de desvio de recursos de emenda parlamentar de sua autoria, foi salvo pelo gongo. Raad conseguiu liminar, deferida pelo desembargador Antoninho Lopes, do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). A decisão é pela isonomia de tratamento com os deputados envolvidos na “Caixa de Pandora”, ficando a sessão de cassação suspensa até que o Conselho Especial do TJDFT julgue em definitivo o caso.
 

Letra morta


A deputada Eliana Pedrosa (ainda no PSD) usou seu Twitter para expressar seu sentimento, que, em off, foi endossado por diversos parlamentares que a Coluna procurou: “Independência entre os poderes, cada vez mais uma letra morta”! Pessoalmente, Eliana explicou a declaração em latim: essa é uma questão “interna corporis”, ou seja, uma questão interna de uma entidade, injusticiável, por se entender como interna a CLDF. “Não há nada de isonomia, a decisão da Mesa Diretora sobre os outros três deputados foi embasada por ter sido uma decisão da Justiça pela condenação”.
 

Sem moral


Parlamentares também relataram em off que a decisão envergonha ainda mais a CLDF. “Só mostra que a Casa se manifesta de forma eminentemente política, sem regras claras que, depois, se esfacelam com uma decisão judicial, aumentando o sentimento da população de insegurança com relação a CLDF”, salientou um deles.
 

Brilhando os olhos


Foto: Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados

Quem esteve passeando pelo Plenário do Senado Federal na tarde de ontem (10) foi o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT-DF). Uma fonte nos revelou que Reguffe foi visitar o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Ao entrar no recinto, teria brilhado os olhos como quem dissesse: “ainda estarei aqui representando devidamente o povo brasiliense”. Assessores e jornalistas repararam no esforço do deputado para que fosse reconhecido. Já o assunto a ser tratado com Cristovam não foge da atual pauta de composições partidárias!
 

PM, a Geni da sociedade


Fraga saiu em defesa da PM
Foto: Luiz Alves/Agência Câmara

O presidente do Democratas-DF, ex-deputado federal e ex coronel da PM, Alberto Fraga, divulgou nota sobre a atuação da Polícia Militar frente aos protesto no dia da Independência. Para ele, não existe nenhuma formula mágica para resolver os conflitos sociais. “O serviço prestado pela PM é desburocratizado. Ninguém precisa preencher papéis para ser atendido, nem entrar em fila”.  Fraga defende a atitude do capitão da PM que comandava a operação, e pondera: “Cobro a fórmula que, diante de alguém determinado a praticar a violência ou a depredação pública, consiga, através de gestos ou palavras, convencer aquela pessoa a obedecer o agente da lei”! (…) Quem dera eu ter poderes para mandar as Policias Militares do Brasil cruzarem os braços e permitirem que todas as ações que são perpetradas contra a sociedade brasileira se concretizassem. Talvez, só assim, o respeito e a compreensão passariam a existir”!
 

Forte e atuante


Diante ao tumulto que estava o Plenário da CLDF para a aprovação da reestruturação das carreiras de servidores do GDF, o líder do PT, deputado Chico Vigilante, subiu à Tribuna para dizer que “esses projetos só chegaram aqui porque temos um governo forte, atuante, que valoriza o servidor”. Recebeu uma sonora vaia dos servidores, levando o presidente, Wasny de Roure, também do PT, a interromper Vigilante e pedir a plateia que respeitasse a fala do colega. A resposta não demorou muito, quando Liliane Roriz (PSD) disse não se tratar de “nenhum favor do GDF”, pois “é um direito dos servidores”, e terminou sendo ovacionada pelos mesmos que vaiaram Vigilante.

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