Panela de pressão
O Plenário da CLDF estava uma verdadeira panela de pressão na tarde de
ontem (10). Servidores de diversas carreiras do GDF estavam concentrados
na entrada do edifício, galerias e nos arredores do Plenário,
externamente. Quando a sessão começou, um grupo de servidores começou a
bater nos vidros e o clima de tensão tomou conta do Plenário. Do lado de
dentro, o temor era que as vidraças viessem à baixo, num estrondoso
ruído pedindo a votação dos projetos que reestruturam diversas
carreiras. Apenas três projetos de reestruturação de carreiras foram
aprovados: carreira de Atividades do Hemocentro; carreira Auditoria e
Controle Interno do DF; e a carreira da Defensoria Pública, que contou
com lobby da ordem dos Advogados do Brasil Secção DF (OAB-DF),
representada pelo presidente Ibaneis Rocha.
MMA parlamentar
“Ser deputado hoje em dia é igual ser lutador de MMA. Só consegue
vencer quem aguenta apanhar mais”, afirmou o deputado Agaciel Maia
(PTC), em aparte ao colega Dr. Michel (PEN), que esbravejava na Tribuna
da CLDF sobre a denúncia de que ele aluga um carro em uma pizzaria.
Experiente, Agaciel alertou o colega: “Você tem se destacado aqui
dentro. Se continuar fazendo um bom trabalho, certamente vai ser alvo
dessas ações políticas. A distrital Eliana Pedrosa também aparteou
Michel: “parabéns pela sua coragem. Seu trabalho está no caminho certo.
Queria tê-lo em meu partido”, completou.
Divisão estratégica
Pegou muitos de surpresa, principalmente o governo, a ruptura do bloco
parlamentar formado pelos partidos PMDB/PTC/PTdoB/PPL, que reunia 6
parlamentares. Com isso, ao invés de apenas um líder, deputado Olair
Francisco, passam a ser três: Wellington Luiz, pelo PMDB, Olair
Francisco, pelo PtdoB, e Agaciel Maia, pelo PTC. Em off, parlamentares
relataram que a divisão é estratégica, uma forma de garantir mais
autonomia frente a insatisfação da bancada com o GDF. Uma fonte assegura
que a verdadeira razão é que o PMDB está se organizando para ganhar
autonomia e, assim, poder se manifestar de forma a contrapor o GDF em
discussões internas da Casa. É o sinal claro da intenção em por fim a
aliança com o PT!
Salvo pelo gongo
Raad conseguiu suspender sua cassação
Foto: CLDF
O deputado distrital Raad Massouh (PPL), que seria julgado pelos
próprios pares hoje, sob acusação de desvio de recursos de emenda
parlamentar de sua autoria, foi salvo pelo gongo. Raad conseguiu
liminar, deferida pelo desembargador Antoninho Lopes, do Conselho
Especial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). A decisão é
pela isonomia de tratamento com os deputados envolvidos na “Caixa de
Pandora”, ficando a sessão de cassação suspensa até que o Conselho
Especial do TJDFT julgue em definitivo o caso.
Letra morta
A deputada Eliana Pedrosa (ainda no PSD) usou seu Twitter para
expressar seu sentimento, que, em off, foi endossado por diversos
parlamentares que a Coluna procurou: “Independência entre os poderes,
cada vez mais uma letra morta”! Pessoalmente, Eliana explicou a
declaração em latim: essa é uma questão “interna corporis”, ou seja, uma
questão interna de uma entidade, injusticiável, por se entender como
interna a CLDF. “Não há nada de isonomia, a decisão da Mesa Diretora
sobre os outros três deputados foi embasada por ter sido uma decisão da
Justiça pela condenação”.
Sem moral
Parlamentares também relataram em off que a decisão envergonha ainda
mais a CLDF. “Só mostra que a Casa se manifesta de forma eminentemente
política, sem regras claras que, depois, se esfacelam com uma decisão
judicial, aumentando o sentimento da população de insegurança com
relação a CLDF”, salientou um deles.
Brilhando os olhos
Foto: Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Quem esteve passeando pelo Plenário do Senado Federal na tarde de ontem
(10) foi o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT-DF). Uma fonte
nos revelou que Reguffe foi visitar o senador Cristovam Buarque
(PDT-DF). Ao entrar no recinto, teria brilhado os olhos como quem
dissesse: “ainda estarei aqui representando devidamente o povo
brasiliense”. Assessores e jornalistas repararam no esforço do deputado
para que fosse reconhecido. Já o assunto a ser tratado com Cristovam não
foge da atual pauta de composições partidárias!
PM, a Geni da sociedade
Fraga saiu em defesa da PM
Foto: Luiz Alves/Agência Câmara
O presidente do Democratas-DF, ex-deputado federal e ex coronel da PM,
Alberto Fraga, divulgou nota sobre a atuação da Polícia Militar frente
aos protesto no dia da Independência. Para ele, não existe nenhuma
formula mágica para resolver os conflitos sociais. “O serviço prestado
pela PM é desburocratizado. Ninguém precisa preencher papéis para ser
atendido, nem entrar em fila”. Fraga defende a atitude do capitão da PM
que comandava a operação, e pondera: “Cobro a fórmula que, diante de
alguém determinado a praticar a violência ou a depredação pública,
consiga, através de gestos ou palavras, convencer aquela pessoa a
obedecer o agente da lei”! (…) Quem dera eu ter poderes para mandar as
Policias Militares do Brasil cruzarem os braços e permitirem que todas
as ações que são perpetradas contra a sociedade brasileira se
concretizassem. Talvez, só assim, o respeito e a compreensão passariam a
existir”!
Forte e atuante
Diante ao tumulto que estava o Plenário da CLDF para a aprovação da
reestruturação das carreiras de servidores do GDF, o líder do PT,
deputado Chico Vigilante, subiu à Tribuna para dizer que “esses projetos
só chegaram aqui porque temos um governo forte, atuante, que valoriza o
servidor”. Recebeu uma sonora vaia dos servidores, levando o
presidente, Wasny de Roure, também do PT, a interromper Vigilante e
pedir a plateia que respeitasse a fala do colega. A resposta não demorou
muito, quando Liliane Roriz (PSD) disse não se tratar de “nenhum favor
do GDF”, pois “é um direito dos servidores”, e terminou sendo ovacionada
pelos mesmos que vaiaram Vigilante.
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