Censurado
A censura do PMDB contra seu único deputado federal, Luiz Pitiman, é o
assunto do momento no meio político. Comandado pelo vice-governador do
DF, Tadeu Filippelli, o partido vetou três inserções de Pitiman no
horário eleitoral da legenda. Nelas, o parlamentar dispara duras
críticas ao governador Agnelo Queiroz (PT), falando do alto custo do
Mané Garrincha e dos crescentes problemas de gestão na CEB. Herdeiro de
parte da herança política de Filippelli, Pitiman concorreu à Câmara com o
antigo número do padrinho (1515) e teve amplo apoio partidário para
chegar ao Congresso Nacional. Agora, está cortejadíssimo no PSDB e o
padrinho deve ser Aécio Neves, seu vice-presidente na Frente Parlamentar
da Gestão Pública.
De Grão em grão...
Há menos de duas semanas, o deputado federal suplente Augusto Carvalho
(PPS) deixou o mandato, após fazer críticas à saúde nos programas
partidários. Agnelo ordenou a volta de Geraldo Magela (PT) à Câmara para
tirar de cena o desertor. O problema deve se repetir não só na bancada
federal, tende a ocorrer, também, entre os distritais, pois a
aproximação com a data de filiações partidárias e a baixa popularidade
forçarão um afastamento governista, sob pena de atropelo eleitoral pelos
candidatos dos descontentes. Se o governo optar por perder um aliado a
cada crítica, vai ter que dar bônus para manter alguns gatos pingados.
Pela União
A chegada do vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge, ao
comando da Executiva Regional do partido é uma tentativa de união da
sigla, regionalmente. A intervenção da cúpula nacional evita um racha
partidário que poderia dificultar o palanque de Aécio Neves no DF, em um
momento que é necessário somar para conseguir mobilizar apoio e fazer
Aécio o presidenciável mais votado na Capital. Engana-se quem pensa que a
condenação recente do então presidente Márcio Machado é o motivo direto
da intervenção. A missão de Jorge é formar uma diretoria que congregue
os interesses divergentes. Para isso, o líder tucano já conversa com
todas as lideranças do partido e deve assumir a presidência da
diretoria, até que o grupo de dirigentes esteja em sintonia, saindo na
sequência. Como todas as correntes estarão na Executiva, a tendência é
que a força de cada uma continue, proporcionalmente, a mesma.
Reunião fora de hora
Uma reunião fora de hora chamou a atenção de servidores na CLDF. Em
pleno sábado (20), o distrital Raad Massouh (PPL) convocou seus
assessores, funcionários e correligionários para uma reunião na sede do
legislativo. Segundo fonte, o parlamentar quis reunir toda a equipe para
apresentar as estratégias de sua defesa no processo aberto pela
Comissão de Ética, em que é acusado de repasses irregulares em emenda
orçamentária de sua autoria. Raad explicou a situação e pontuou
estratégias de enfrentamento do problema, afinando o discurso da equipe,
que não pode parar. Para isso, rolou até uma palestra motivacional para
manter todos na ativa. O relator do caso só será conhecido no dia
(2/5). Será que dessa vez o deputado vai apresentar sua defesa
antecipada como fez enquanto o caso estava na Corregedoria?
Fama internacional
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ganhou
fama internacional com a relatoria do Mensalão, que teve seu acórdão
publicado ontem (22). No domingo (21), Barbosa recebeu a histórica
Medalha da Inconfidência Mineira, homenagem do Governo de Minas ao
inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, tendo sido o
destaque da solenidade ao lado de Aécio Neves, presidenciável do PSDB.
Hoje (24), o ministro fará palestra na Universidade de Princeton, em New
Jersey (EUA) e, depois, participará do jantar da revista americana
Time, que o colocou na lista das cem personalidades mais influentes do
mundo. Como seu xará Tiradentes, o Joaquim da vez tem que tomar cuidado
para não cair nas armadilhas da política, sob pena de ter o mesmo
destino de Tiradentes: a forca!
Seguindo em Rede
Após ver a manobra governista para segurar a criação de seu novo
partido, a Rede Sustentabilidade, Marina Silva segue no projeto de
criação da legenda. No domingo, militantes voluntários colhiam
assinaturas durante os festejos de aniversário de Brasília, na Esplanada
dos Ministérios, enquanto entregavam panfleto convidando a população
para a plenária da Rede. No convite, Marina é colocada como porta-voz do
partido, que diz ser um amplo movimento na busca por uma alternativa de
representatividade política. A plenária ocorrerá amanhã (24), às 19h30,
na Tenda da Casa do Ceará, na 910 Norte e, irá debater: a política de
hoje, ativismo eleitoral e as propostas e alternativas da Rede. Apesar
de dificultar o processo de formação de novos partidos, impedindo o
acesso ao fundo partidário, o projeto aprovado na Câmara pode acabar
dando mais fôlego a proposta de adesão à Rede, que precisaria mais do
que nunca de gente para financiar a empreitada.
A visão econômica
A economia e os desdobramentos cotidianos do mercado econômico sempre
foram peças indissociáveis do tabuleiro político. Ontem (22), o jornal O
estado de São Paulo publicou matéria em que traz três visões de
integrantes do mercado financeiro nacional e internacional sobre os três
principais presidenciáveis.
A presidente Dilma Rousseff teve avaliação ruim. Os especialistas, que não tiveram seus nomes divulgados, apontam desgaste na imagem dela frente ao
mercado, gerada pelas fortes interferências na economia e nos
pronunciamentos sobre juros e inflação, que desqualificam os órgãos e agentes financeiros;
Aécio Neves (PSDB) desperta a confiança do setor, visto como resgate da
agenda positiva de FHC na economia, mas perde pontos no tocante ao seu
estilo de vida, que para os economistas, é incompatível com o cargo de
Presidente.
A Eduardo Campos (PSB) é atribuída uma incógnita, mas que desperta
interesse. O ponto obscuro é a plataforma eleitoral que não se conhece
abertamente, mas é unânime a visão de que ele é uma luz no fim do túnel.
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