quarta-feira, 20 de março de 2013

 

Pautando destinos


Foto: Roberval Eduão

O Diário da Justiça Eleitoral publicou, ontem (19), o recurso ordinário (2362/2009), impetrado pelo PCdoB contra a candidatura ao Senado em 2006 do ex-governador Joaquim Roriz (sem partido). Depois de ter sido redesignado a relatoria quatro vezes, a ministra Laurita Vaz (TSE), última a analisar o pedido, desde de novembro de 2012, pediu a publicação do recurso. Assim, o mesmo pode entrar em pauta no TSE e ser julgado. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carmem Lúcia, teria a intenção de limpar a pauta de julgamentos até o final do seu mandato em novembro de 2013, mas o caso de Roriz poderia entrar em pauta já em abril.

Desdobramentos 


Foto: Reprodução


As implicações são da maior relevância para o momento pré-eleitoral, pois implicaria em grandes mudanças no cenário político. O PCdoB entrou com o recurso alegando que Roriz utilizou-se do número 156 como candidato, em alusão ao telefone de atendimento da Caesb, enquadrando o caso como conduta velada a agente público. Caso julgado procedente o recurso, Roriz, que renunciou ao mandato de senador em 2007, assumindo o 1º suplente, Gim Argello (PTB), perderia o mandato, ou seja, Gim também seria penalizado. Neste caso, assumiria o segundo mais votado para o Senado, no caso, o governador Agnelo Queiroz. Como o governador teria de renunciar para assumir o mandato, quem seria empossado é o atual administrador regional de Brasília, Messias de Souza (PCdoB), na época, primeiro suplente de Agnelo.

Novos planos 

 

Foto: Reprodução


 
Diante deste cenário, Gim e Roriz teriam de repensar seus passos para 2014. Quanto a Roriz, fontes dizem que ele não deixará de colocar em disputa os cerca de 35% do eleitorado simpatizante a ele, nem mesmo deixar de colocar alguém de sua família no processo político, caso não possa ser candidato. O nome de sua filha, a distrital Liliane Roriz (PSD), é bem cotado para integrar a chapa majoritária para disputar o Buriti em 2014. O que ninguém imagina é que o cacique pode ter outros planos. Após sua saída da eleição de 2010 e a candidatura de sua mulher, Weslian Roriz, que continua filiada ao PSC, o ex-governador tem apostado no “media training”, preparando a mulher para uma nova relação com a mídia. Embora improvável, Weslian pode sim ser o nome de Roriz novamente para integrar uma chapa ao Buriti.

Pacto federativo


Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), receberão hoje prefeitos das capitais para debaterem os problemas do pacto federativo. O encontro acontece no Salão Negro, ás 11h. Os prefeitos devem trazer quatro principais pontos que acreditam que devam ser resolvidos para a manutenção da harmonia da federação.

DEPOIS de ouvir os governadores, a expectativa é reunir as principais divergências e demandas e propor ações para o fortalecimento da federação e dos entes federados. “O cidadão não mora em um país abstrato chamado Brasil. As suas realidades estão lá no município, na saúde, na educação, na segurança, na infraestrutura, no esporte, no lazer, em tudo”, defendeu Henrique Alves.

Bem acompanhado

 

Foto: José Cruz/EBC


 
Em depoimento na segunda-feira (18), na Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado, o contraventor Carlinhos Cachoeira, que negou participar de esquema de jogos ilegais no DF, estava muito bem acompanhado e assistido pelo desembargador eleitoral do TRE-DF, Cléber Lopes de Oliveira, que substituía o advogado do contraventor, que não pode comparecer. “O inquérito tramita desde julho de 2012, e Carlos Augusto não é indiciado neste inquérito. Até dezembro de 2012, ele estava preso pela operação Monte Carlo. Então é absolutamente irracional que ele estivesse tratando de máquinas no Distrito Federal”, disse o desembargador em defesa de Cachoeira. Até onde é possível separar o “joio do trigo”? Será que é saudável a participação do desembargador eleitoral no caso?

Aprovação em alta


Foto: Elza Fiúza/ABr


 
O IBOPE, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgou ontem (19) pesquisa que aponta alta na aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Os que acham o governo ótimo ou bom são 63%, contra 7% de ruim ou péssimo e 29% de regular. Já a  confiança em Dilma é de 75% e a aprovação do governo de 79%. O dado mais interessante é que o governo Dilma foi avaliado como melhor do que o de Lula por 20% dos entrevistados, enquanto 61% acreditam que o governo dela é igual ao do ex-presidente e outros 18% acham que é pior. Será que a discípula vai superar o mestre?

Cautela e canja de galinha...


A Câmara Legislativa sabatinou ontem pela manhã o auditor José Roberto Paiva Martins, indicado pelo governador Agnelo Queiroz (PT) para ser o novo conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Após a sabatina na comissão de Orçamento, a votação da indicação do governador iria a votação no Plenário na tarde de ontem.

O LÍDER do bloco PT/PRB, Chico Vigilante (PT), discursou informando que se absteria da votação por conta de uma consulta junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o conselheiro poderia ser considerado inapto à vaga por conta de sua idade, 66 anos – a Constituição estabelece o teto de 65 para o cargo.

ACONTECE
que Martins já exerce o cargo há 10 anos como substituto, sendo os 3 últimos no lugar do conselheiro Domingos Lamoglia, fato que justificaria sua entrada no TCDF antes dos 65 anos. O presidente em exercício da CLDF, Agaciel Maia (PTC), preferiu não colocar a indicação em votação. Explicou que por conta da informação trazida por Vigilante e de recomendação da procuradoria da Casa, optou por não colocar em pauta, haja vista que não haveria respaldo jurídico para assegurar a validade da indicação.

Cabeça de juiz e de mulher...


Entre uma fala e outra pedindo a votação da indicação, a deputada Celina Leão (PSD) foi à tribuna para dizer que esteve com juízes para entender o caso. Na conversa, ouviu a resposta de que “da cabeça de juiz e de mulher ninguém sabe o que vem”.

DESSA FORMA
, Celina discursou dizendo a líder do governo, Arlete Sampaio (PT), que concordava com ela, que o caso de Martins era diferenciado e que era a favor da votação. A reação dos presentes foi uma grande gargalhada. Realmente, Celina concordando com Arlete se enquadra no ditado de que “da cabeça de juiz e de mulher ninguém sabe o que vem”!

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