sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dilma e Alckmin seguem em parceria estratégica. Grandes investimentos e 3 visitas oficiais ao Estado em 6 meses levam PSDB a desconfiança

Da Folha de São Paulo, comentário meu:

Os governos federal e de São Paulo anunciaram nesta quinta-feira (12) investimento de R$ 8,05 bilhões para a construção de 97 mil moradias populares do programa Minha Casa, Minha Vida até 2015.

A presidente Dilma Rousseff se encontrou com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, para firmar o convênio.

As casas beneficiarão famílias do Estado que tenham renda mensal de até R$ 1.600.

Dilma afirmou durante o evento que o governo irá arredondar o número de casas para 100 mil. "Não vamos fazer 97.000 porque é conta quebrada."

A presidente e Alckmin trocaram elogios e voltaram a exaltar a parceria entre os governos.

Para a construção das unidades, o governo federal investirá R$ 6,15 bilhões com recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial), do FDS (Fundo de Desenvolvimento Social) e do Programa Nacional de Habitação Rural do Minha Casa Minha Vida.

O governo de São Paulo, por sua vez, por meio do FPHIS (Fundo Paulista de Habitação de Interesse Social), investirá mais R$ 1,9 bilhão.

DECORO GOVERNAMENTAL

Durante o evento, no qual Alckmin também discursou, Dilma enfatizou parcerias recentes que seu governo tem feito com a administração do PSDB, que há 18 anos está no comando do Estado.

"Podemos ter nossas divergências eleitorais, mas acabou a eleição, essas divergências eleitorais deixam de existir", disse a presidente, que em pouco mais de um ano de governo participou de sua terceira cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

"Eu tenho dito no governo federal que, assim como há o decoro parlamentar, também há o decoro governamental. E o decoro governamental consiste em perceber que não se faz, que não se pode ter dentro de políticas governamentais uma relação de atrito com Estados e municípios." Ela descreveu a aproximação como prova da "maturidade do Brasil". Alckmin retribuiu com elogios à "beleza da boa política" e à "harmonia entre os governos em benefício da população". "Nós temos feito, e eu quero reconhecer aqui, parcerias muito efetivas com a gestão do governador Geraldo Alckmin", afirmou Dilma

Dilma também lembrou das parcerias realizadas com o governo paulista, como no programa Brasil sem Miséria e na ampliação do Rodoanel, que interliga as principais estradas do Estado na capital.

Sobraram afagos até para a primeira-dama Lu Alckmin, com quem Dilma conversou animadamente na cerimônia. Num elogio à moda antiga, ela a apresentou como símbolo da "capacidade da mulher paulista de ser acolhedora e de receber muito bem".

Após a cerimônia, Dilma se reuniu com o ex-presidente Lula por três horas no escritório regional da Presidência. Ela pretendia consultá-lo sobre a reforma ministerial

Meu Comentário

O discurso da Presidente e do Governador de São Paulo traduzem plenamente a “aliança” entre os dois governos. Especulações à parte, a aliança só é possível devido ao perfil dos dois governantes.

Embora exista o interesse público e a necessidade de atendimento de demandas no Estado mais populoso e mais desenvolvido da nação, seria hipocrisia atribuir as ações conjuntas do Governo Federal e de São Paulo deixando a rivalidade política de lado.

Tanto Dilma quanto Alckmin possuem perfis mais técnicos, burocráticos, ou seja, que dispensa parte do brio próprio para alcançar os desafios que os cercam, diferentemente de Lula e Serra.

Para o PT é necessário mostrar aproximação com São Paulo e investir no Estado, sob pena de amargar mais alguns anos longe da política paulista, justificando qualquer aproximação com o tucanato.

Para Alckmin a questão é mais delicada. Há necessidade de atrair investimentos federais e manter uma certa aproximação com os petistas, assim, caso eles vençam a eleição à prefeitura da capital paulista as coisas poderão andar relativamente bem. O “X” da questão paira sobre as desconfianças dos “peessedebistas”, que, ao contrário do PT, a aproximação não se justifica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário