quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sai Wagner Rossi entra Mendes Ribeiro Filho no Ministério da Agricultura. Agora são 4 Ministros demitidos nos últimos 3 meses

Por Tiago Monteiro Tavares, informações do Portal G1:

Continua a “maré baixa” na Esplanada dos Ministérios. Ontem, caiu o quarto Ministro do Governo Dilma Rousseff. Wagner Rossi, Ex-Ministro da Agricultura, vinha se sustentando no cargo após várias denúncias de corrupção na pasta que comandava.

Rossi conseguiu levar relativamente bem a condução da crise, conquistou reiterado apoio da Presidente, mas não conseguiu se sustentar entre os tubarões do PMDB.

A pressão vinda do Congresso, principalmente da Câmara, alterou os planos de Dilma e Rossi. Ambos acreditavam que o PMDB daria o suporte necessário para a estabilização da crise, mas a onda que motivou a falta de apoio a Wagner Rossi ficou forte após a saída do Partido da República da base de apoio ao Governo.

Assim, deputados do PMDB avaliaram que continuar dando apoio ao Ministro e insistindo a opinião pública em “bater” na tecla da manutenção de um Ministro envolvido em escândalos só piora a situação do partido perante o eleitorado.

Sem apoio, Rossi se viu em situação crítica entregando o cargo. Imediatamente a cúpula do PMDB se reuniu na Vice-Presidência, com o Vice Michel Temer, onde chegaram a um consenso em torno do nome do substituto de Rossi, o atual líder do Governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro Filho (foto)- (PMDB-RS).

O nome do deputado é uma indicação da bancada do PMDB da Câmara. A indicação foi levada à Temer, que submeteu o nome de Mendes à Presidente Dilma que aprovou a escolha.

Mendes Ribeiro desfruta da simpatia de Dilma e circula bem no Congresso Nacional. Sua escolha para liderança do Governo, em julho passado, foi uma tentativa para acalmar as relações Executivo-Legislativo, vinha caminhando bem. Agora, fica vago novamente a liderança do Governo no Congresso, mais uma etapa da briga entre os aliados.

Com a saída de Wagner Rossi da Agricultura, o governo de Dilma Rousseff perde o quarto ministro em menos de três meses. Antes de Rossi, caíram, Antônio Palocci (PT-SP) da Casa Civil; Alfredo Nascimento (PR-AM) dos transportes e Nelson Jobim (PMDB-RS) da Defesa. Jobim foi o único que não saiu por envolvimento em escândalos de corrupção, mas por criticar o Governo. Resta o Ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB-MA),, envolvido também em escândalos, será uma questão de tempo.

Denúncias de irregularidades no Ministério da Agricultura:

Irregularidades na Conab

Demitido da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) após supostas irregularidades, Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirma, em entrevista à “Veja”, que há fraudes e supostos acertos com empresas envolvendo o ministério e o ministro. Wagner Rossi vai à Câmara se defender, nega as fraudes e afirma que Jucá Neto criou "caso político" após ser demitido por ter cometido irregularidades.

Lobby

Reportagem da revista "Veja" afirmou que o lobista Júlio Fróes atuaria em uma sala no prédio do ministério e intermediaria negócios com empresas. De acordo com a revista, o suposto lobista teria um "escritório clandestino" dentro do ministério no qual prepararia editais, analisaria processos de licitação e defenderia os interesses de empresas nesses processos. Segundo a revista, o secretário-executivo da pasta, Milton Ortolan, atuaria junto com o lobista.

Rossi disse que houve um “descuido”, mas que não pode assumir a responsabilidade pelo caso. Milton Ortolan pede demissão e Rossi anuncia uma “faxina” no ministério.

Licitação

Nova reportagem de "Veja" trouxe o depoimento de Israel Batista dizendo que Rossi pode ter recebido propina em uma licitação. Em nota oficial, o ministro negou as denúncias.

Jatinho

Reportagem do ”Correio Braziliense” afirma que o ministro usou algumas vezes um jatinho da Ourofino Agronegócios, empresa do ramo agropecuário que recebeu autorizações do ministério para produzir medicamento contra a febre aftosa. Rossi negou que a empresa tenha recebido "privilégios ou tratamento especial".

Nenhum comentário:

Postar um comentário