sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ideli e sua tentativa de apagar seu histórico de embates

A ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, disse que vai estar presente na Câmara de maneira constante, principalmente nos dias de votações do Plenário, e anunciou que a presidente Dilma Rousseff tem interesse em organizar alguma forma de contato direto com as bancadas. As declarações foram feitas hoje, após visita da ministra ao presidente da Câmara, Marco Maia.

Para Marco Maia, a ministra tem uma “sensibilidade aguçada” em relação ao Congresso Nacional. Ele avaliou que Ideli vai ter mais poder na articulação política do que seu antecessor, já que a nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, vai cuidar mais da gestão do governo. "Haverá uma mudança significativa na forma, no conteúdo e no jeito de se organizar o governo com o Congresso e com as suas relações internas e externas", ressaltou o presidente.

Ideli terá de fazer um “tur” no Congresso Nacional para estreitar suas relações e tentar acabar com a fama de reacionária que os parlamentares tem da ex-senadora. Para se ter uma ideia, na quarta feira em jantar com governadores do Nordeste, a Ministra pediu o engajamento de todos para evitar a aprovação da PEC 300, que estabelece piso salarial para policiais.

O Governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) reagiu: "Eu não vou para a porta do Congresso pedir voto contra um projeto que o Tarso Genro rodou o Brasil defendendo" -o então ministro da Justiça era a favor da emenda, com a ressalva de que não se deveria fixar valores. Não bastando, Ideli deu mais um fora, dizendo que pedia desde segunda feira para Presidente Dilma receber os Governadores do Nordeste, Campos reagiu novamente: "Com todo o respeito, a senhora sentou nessa cadeira agora. Nós somos governadores eleitos. Não precisamos de ajuda para falar com a presidente". E completou: "Nós somos aliados! Não estamos aqui para chantagear o governo!".

No Senado Ideli deve ter mais trabalho ao lidar com o ego dos senadores e com a imagem que deixou com seus embates. O momento de reformular a relação do Executivo com o Congresso, afinal, com uma base tão ampla o Governo não pode sair derrotado ou mesmo ter divergências capazes de inviabilizar o posicionamento governista. O desafio de Ideli será mais complicado do que se pensa!

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