terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O novo desenho das Políticas Públicas e o interesse dos setores organizados, desafio para Dilma Rousseff

Por Tiago Monteiro Tavares:

Apesar do ano no Brasil começar só depois do Carnaval, como reza a sabedoria popular, esse início de Janeiro já revela uma gama de novos temas socialmente relevantes que entram oficialmente na Agenda Governamental. O cenário das políticas públicas passa a ser redefinido e, com eles, as prioridades executivas implementadas setorialmente.

Dentre as medidas que sinalizam mudanças nas diretrizes do Governo estão a conclusão da política aeroportuária, a política de combate as drogas e o fortalecimento dos Direitos Humanos. A primeira privatiza a gestão dos Aeroportos e abre o capital da Infraero, a segunda prevê a flexibilização da punição para pequenos traficantes e, por fim, a terceira revela os “segredos” da ditadura militar, além da descriminalização do aborto.

Com o desenvolvimento de uma sociedade mais múltipla o desenho das políticas passa a envolver cada vez mais as clivagens locais, interagindo de maneira mais intensa com a sociedade e, assim, promovendo debates que muitas vezes conflitam as maiorias e minorias. Essas mudanças podem mudar a cultura social implicando diretamente em novos conceitos e valores que afetam diretamente o cotidiano da população.

Esse contexto faz parte da evolução da sociedade e exige muita prudência e flexibilidade por parte do Governo e dos setores organizados. O primeiro deve mediar as diferentes posições do segundo e esse por sua vez tem de defender posições.

Dessa forma, a sociedade organizada necessita de pleno diálogo com as instituições públicas para que seja assegurada a estabilidade social e para que não haja grandes disparidades entre as maiorias e as minorias. O Governo Dilma inicia com esse choque entre o novo desenho das políticas públicas e o interesse dos setores organizados, tarefa que pode custar a Presidente o seu próprio mandato.

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