quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Aumento do Salário Mínimo promete deflagar grande Batalha

Por Tiago Monteiro Tavares:

O salário mínimo é o grande “X” da política brasileira nesse começo de ano. O Governo quer aumentar o mínimo em 5,88%, o que representa um aumento de R$ 30,00, passando dos atuais R$ 510,00 para R$ 540,00 Reais. As Centrais Sindicais querem o mínimo em R$ 580,00, alegam que a inflação do período foi de 6,47%. Sem dúvidas, ainda tem muuuita água para passar por debaixo dessa ponte!

O problema consiste na expectativa de um aumento superior que começou a elevar os ânimos quando o candidato derrotado ao Planalto, José Serra (PSDB-SP), propôs em campanha um mínimo de R$ 600,00. Estava lançada a “Pedra Fundamental” para que Governo, base aliada e oposição começassem a deflagrar o que deve ser a primeira batalha do ano no Congresso Nacional. Com a proposta, pretendia-se ganhar a eleição, mas como não deu, conseguiram emplacar a batalha entre os próprios aliados governistas.

As centrais sindicais pressionam a Presidente Dilma, querem “basicamente” três coisas: (I) Mínimo em R$ 580,00; (II) 80% do reajuste do mínimo repassado aos aposentados que recebem do INSS valores superiores ao piso nacional; (III) correção da tabela do Imposto de Renda pelo índice de inflação de 2010 (6,47%), sem isso o aumento não significa grandes coisas.

O Governo passa por complicações financeiras, aumento exorbitante do custo do funcionalismo público, balança comercial negativa, valorização do Real, aumento da inflação e etc. Não se pode dar ao luxo de conceder o aumento, pouco expressivo, perto dos quase 150% de aumento para alguns cargos da política do esgoto. Não fosse a proposta de Serra, talvez a situação fosse outra. O raciocínio é simples: Serra propôs R$600, Dilma R$ 540, as centrais não podem pedir um valor tão inferior a proposta da oposição, natural seria pedir acima do proposto pela oposição.Não o fez, pois é sabido os ganhos particulares que os sindicalistas tiveram no governo Lula. Os complicadores são: massificação da questão dos aposentados (batalha de campanha); ameaça de retaliação do PMDB por falta de cargos na estrutura governamental (votariam a favor do mínimo em R$ 580); pressão de lideranças sindicais que vão as ruas no final de semana e a oposição com vontade de “ressurgir das cinzas”. Dilma precisa ter cautela para não começar o Governo com peso tão negativo: vetar o valor do mínimo de R$ 580, seria o cenário ideal para oposição. Pelo andar da carruagem temos duas questões: ou Dilma “abre as pernas” para o PMDB e os sindicalistas ou terá que vetar o aumento do mínimo, seria o seu grande fiasco, seguindo o caminho do Collor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário