quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Formação de "Super Bloco" pelo PMDB na Câmara dos Deputados põe a prova relação com o PT

Por Tiago Monteiro Tavares, extraído do site da Agência Câmara:

Estamos apenas três semanas após o fim do pleito eleitoral que deu vitória a candidata governista Dilma Rousseff e, pela segunda vez, o PMDB surpreende o PT. Agora, a surpresa é a rápida articulação visando à presidência da Câmara dos Deputados. Segundo divulgado ontem no final da tarde pela Agência Câmara de Notícias, veículo oficial da Casa.

O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), anunciou a formação de um bloco partidário que inclui o PMDB, o PR, o PP, o PTB e o PSC, o que dá um total de 202 deputados e fortalece uma candidatura peemedebista à Presidência da Câmara.

Segundo Eduardo Alves, o PT não foi convidado para a reunião que celebrou a criação do “superbloco”, mas, ressaltou, os integrantes do novo bloco fazem parte da base aliada. “Esta é a primeira conversa. O nosso bloco hoje é aliado do PT e não dará um passo antes de ouvir a presidente eleita, Dilma Rousseff. A decisão de hoje não é para confrontar nem conflitar, mas para coordenar os trabalhos nesta Casa e fora dela”, ressaltou.

O líder do PMDB não comentou as indicações de nomes para a sucessão da Presidência da Câmara, muito embora o próprio Henrique Eduardo Alves tenha sido indicado pelo seu partido para o cargo.

Os líderes do PR, deputado Sandro Mabel (GO), do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), e do PSC, deputado Hugo Leal (RJ), também participaram da reunião.

Embora o líder do PMDB tenha reforçado o apoio do bloco ao PT e a Presidente Dilma na qualidade de “Base Aliada”, o constrangimento por parte do PT é inevitável. Politicamente é um desgaste a ser somado na relação com os futuros deputados da base governista, certamente dando margem a negociatas. A relação PT/PMDB será pautada por barganhas e acordos políticos. Como publicado nesse blog duas semanas atrás, o PMDB é o maior partido do Brasil, reunindo em sua legenda lideranças locais e regionais de grande capilaridade e, politicamente, detentores de voz ativa no Congresso Nacional, inclusive com lideranças de outras siglas, o que pode dificultar a relação entre Executivo e Legislativo, caso o PMDB não esteja alinhado com o PT.

Agora, pós formação do bloco, fica evidente a dificuldade que o PT, principalmente a Presidente Dilma, com seu temperamento forte, terão em conversar com o PMDB e o tal “Bloco Aliado” na Câmara dos Deputados. A relação do futuro governo deve ser mais tensa na Câmara do que no Senado, diferentemente do governo Lula.

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