Por Tiago Monteiro Tavares:
Na reta final da campanha eleitoral chegamos a um cenário de relativa instabilidade no plano político nacional. A ampla vantagem conferida pelos institutos de pesquisa a candidata governista, Dilma Rousseff, se tornou o alvo principal dos opositores, de modo geral. Já não se pode afirmar, por exemplo, a vitória de Dilma no 1º turno.
Os escândalos de corrupção na Casa Civil e de violação de sigilos na Receita Federal dixaram o cenário em processo de formação de nuvens, que podem ou não, serem grandes e com poder de "fazer chover" no terreno da oposição.
Quando a mídia dá ampla públicidade ao um ecândalo como esses, se prepara para: enfrentar pressão do Governo e de setores organizdos, e, principalmente, municiar-se de um volume de informações que possam ser veiculadas em partes, ou seja, a grande mídia subdivide os fatos em várias partes e vai publicando essas partes em sequência, para assegurar uma boa repercussão e concomitantemente uma boa venda.
Dessa forma, com a saída ontem (16/09), da Ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito de Dilma e pivô do escândalo envolvendo a Casa Civil, do Governo Federal, temos 2 situações: a primeira consiste na teoria de que a mídia possui mais munição para os próximos dias e, a segunda, consiste no desdobramento das investigações pela Polícia Federal, que pode resultar também em mais desgaste para o Governo e sua candidata.
Com a saída de Erenice Guerra da Casa Civil são 9 (nove) os ministros que tiveram de deixar os cargos por denúncias ou envolvimento em questões irregulares no Governo Lula: Benedita da Silva, Romero Jucá, José Dirceu, Antônio Palocci, Luiz Gushiken, Silas Rondeau, Walfrido dos Mares Guia, Matilde Ribeiro e Erenice Guerra. Todos protagonistas da corrupção nos episódios como mensalão, farra dos cartões corporativos, quebra de sigilos bancário e fiscal, e muito desvio de dinheiro público.
Diante desse cenário, embasado pelos acontecimentos da Eleição de 2006, quando Lula disputava a reeleição e estourou o escândalo dos dossiês contra o PSDB, não se pode assegurar a eleição de Dilma Rousseff em 1º turno. A tendência, é de que os desdobramentos do escândalo afetem em algum grau a campanha de Dilma, podendo ou não afetar a perspectiva da eleição em 1º turno, mas com tendências fortes.
Segundo dados da Folha de São Paulo (14), Dilma perdeu nessa semana 7 pontos entre os eleitores com renda familiar acima de dez salários mínimos, saíndo de 39 para 32 pontos percentuais. Marina cresceu 6 pontos, indo de 14 para 20 pontos percentuais. Já Serra se manteve com 37 pontos. Quando analisamos os números gerais da pesquisa: Dilma 51%, Serra 27% e Marina 11%, podemos observar que para um 2º turno, 6,5% das intenções de voto precisam migra de Dilma para Serra ou Marina, ou seja, nada impossível nas atuais circunstâncias.
Portanto, analisar o cenário político nacional como já definido passou a ser um verdadeiro tiro no escuro, podendo ou não acertar o alvo, na dependência de que os desdobramentos do escândalo não atinjam de forma enfática a população de baixa renda, grande massa votante em Lula e agora em Dilma.
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