O cenário eleitoral anteriormente previsto de uma campanha quente e cheia de denúncias e provocações parece estar claro e definido. Por todo país ataques pessoais já marcam as campanhas eleitorais de forma a gerar certos atritos perigosos, principalmente os que podem gerar conflitos democráticos. Após uma semana de denúncias de quebra de sigilo fiscal e de corrupção na Casa Civil, o Presidente Lula deu uma grande demonstração desse risco, ao discursar em Joenvile-SC, na noite de ontem.
Sabendo da vantagem do candidato Raimundo Colombo (DEM) ao Governo do Estado, Lula disse: "Eu não quero crer que esse povo extraordinário de Santa Catarina vá pensar em colocar no governo alguém de um partido que alimenta ódio, que entrou na Justiça para acabar com o ProUni [programa federal de concessão de bolsas universitárias], como o DEM entrou".
Embalado, o Presidente continuou: "Quando Luiz Henrique foi eleito pensei que ele ia mudar, mas ele trouxe de volta o DEM, que nós precisamos extirpar da política brasileira". Em referência a Jorge e Paulo Bornhausen, lideranças do DEM e de Santa Catarina, Lula também disparou: "Nós já aprendemos demais e sabemos que os Bornhausen não podem vir disfarçados de carneiros, porque já sabemos quem são os Bornhausen, já conhecemos as histórias deles".
O ataque ao que chamou de "direita raivosa" foi inevitável, ao tentar justificar o episódio do Mensalão, aproveitando, claro, para se comparar a Getúlio Vargas, lembrando que foi a "direita raivosa" que levou Getúlio a dar um tiro no coração e que essa direita articulou o mensalão contra ele e o PT.
O Presidente parece ter se irritado com as últimas denúncias de corrupção no seu Governo, principalmente envolvendo a Casa Civil e a Receita Federal. Lula utilizou-se de uma expressão que marcou as investidas de Hitler na Alemanha: "EXTIRPAR", ao dizer que o DEM deve ser extirpardo da política brasileira. Essa atitude do Presidente gerou ainda mais discórdia para o pleito eleitoral.
É muito degradante ver a política e as campanhas em plena guerra eleitoral. Infelizmente o sistema político em vigor gera certas distorções que precisam ser corrigididas. Um legislação mais rigoroza precisa ter "controle" sobre as campanhas. Assim, essas pecuínhas podem ser "extirpadas" da política brasileira.
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