3 perguntas
Arlete Sampaio (PT)
Deputada Distrital – líder do governo na CLDF
Foto: CLDF
A Sra. foi vice-governadora, candidata ao Senado, candidata ao
GDF e deputada distrital. Circula nos bastidores políticos o boato de
que não mais se candidatará a nenhum cargo eletivo. Isso é verdade? Vale
apenas como candidata ou pensa mesmo em deixar a vida política?
Eu sou um ser eminentemente político, nunca vou parar de fazer política
na minha vida. Contudo, se pode fazer política sem ter mandato. Eu não
quero mais ser candidata. Porque acho que é o momento de se abrir espaço
para novas lideranças dentro do partido (PT) e, principalmente, acho
que é o momento de se fazer uma reforma política consistente. As
campanhas estão ficando cada vez mais caras, tornando a seleção de
candidatos pautada pelo poder econômico. Não é possível que isso
continue acontecendo. Não quero mais passar pelo constrangimento de
implorar apoio aos meus amigos e nem gastar recursos próprios para fazer
campanha. Enquanto não tiver uma reforma política que adote o
financiamento exclusivamente público das campanhas eu não sinto mais à
vontade em participar deste processo. Não me candidato. Quero a partir
de então, passar a me dedicar somente ao partido, ao PT. Pretendo focar
na perspectiva de formação política de jovens. Temos que formar uma nova
geração para a política e, isso só faz sentido, se nós nos dedicarmos a
manter uma formação política adequada aos princípios e ao ideário do
partido, o PT precisa disso! Não penso nem em assumir cargos nomeados.
O senador e ex-governador Cristovam Buarque (PDT), que teve a
Sra. como vice, tem dito que gostaria de vê-la novamente candidata ao
Buriti. Neste caso, apoiaria sua candidatura e voltaria a apoiar o
PT-DF. Como vê esta declaração que demonstra prestígio e a coloca como
elo de ligação com a possível aliança?
O Cristovam sabe muito bem que não existe a possibilidade de que eu
venha disputar novamente o governo do DF. O meu candidato é o governador
Agnelo Queiroz (PT). Eu fui candidata em 2006, gostaria de ter tido o
apoio do Cristovam naquela ocasião. Certamente teria tido mais chances
de disputar o segundo turno e virar o jogo. Isso não aconteceu naquele
momento, ele não pôde me apoiar por uma série de questões e, agora, esse
momento passou. Desde 2010, quando chamei em minha casa o Magela, o
Agnelo e o presidente do partido e disse que não seria candidata a
governadora, estava dando meu apoio para que eles pudessem se lançar.
Fui candidata ao Senado, em 1998, perdi para o Luiz Estevão, fui
candidata a governadora, em 2006, perdi para o Arruda. Ambos foram
caçados, demonstrando a importância da minha candidatura naquele
momento. A sociedade não viu assim. Hoje, não pretendo mais me
candidatar. Caso venha a acontecer a reforma política, que acho difícil,
já será tarde pra mim, já estarei velha e sem condições de enfrentar
novamente uma eleição.
O PT é um partido muito grande e plural. Há diversas alas
internas que vez por outra emplacam novos candidatos. A discussão
entorno da reeleição do governador Agnelo é unânime?
A imensa maioria, se não a totalidade, das tendências internas do PT
apóiam a reeleição do governador Agnelo. Nós queremos que as ações que o
governo vem realizando, que são muito importantes, e que agora as
mudanças que vão acontecer na área de transportes, achamos que tudo isso
credencia o Agnelo a se candidatar novamente com apoio unânime do
partido. Ele foi eleito para governar até 31 de dezembro de 2014, ainda
temos tempo para mostrar os resultados do nosso governo, sobretudo que
era muito difícil governar uma cidade que estava em uma situação muito
difícil. Lembra do caso do CNPJ? Estávamos inadimplentes, somente no
final do ano conseguimos regularizar a situação e ir buscar empréstimos e
investimentos externos. Perdemos quase um ano e agora buscamos o
resultado.
Sobrando defensores
Está pautado novamente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na
terça-feira (4), a ação movida pelo PCdoB contra a eleição do
ex-governador Joaquim Roriz ao Senado em 2006, por ter usado o número da
Caesb como candidato. Há promessa de um aparato de advogados para
defendê-lo, assim como os do senador Gim Argello (PTB), que também corre
risco de perder o mandato como suplente.
Sem voto
Foto: Divulgação
Uma campanha pela internet propõe que os beneficiários de programas
sociais do governo federal tenham seus títulos eleitorais suspensos
enquanto receberem o benefício. A justificativa é o uso das “bolsas”
como “voto de cabresto”. Uma petição simbólica arrecada assinaturas para
a proposta formal. A questão influi no processo eleitoral, mas a
solução não pode ser a instituição do voto censitário, onde o cidadão
precisa ter renda para votar. Isso seria retroagir na democracia!
Reduzindo gastos
Foto: CLDF
O saldo da semana passada, apesar do feriado, fechou positivo para
CLDF. Os gastos da Casa com pessoal fecharam em 1,48% da Receita
Corrente Líquida (RCL) do DF no primeiro quadrimestre de 2013,
mantendo-se bem abaixo dos limites máximo (1,70%) e prudencial (1,62%)
estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em 2010, esse
custo estava em1,74%. Se confirmadas as projeções, os gastos com pessoal
da CLDF em 2013 deverão ficar em R$ 242,3 milhões, indicando
crescimento de 9% em relação à despesa realizada em 2012. Ao final do
exercício a Casa pode ter saldo positivo de R$ 28,8 milhões. O
presidente, Wasny de Roure (PT), trabalha para melhorar os números. “Já
estamos elaborando estudos para revisar a estrutura administrativa da
Câmara Legislativa, tornando-a mais horizontalizada, privilegiando a
profissionalização dos quadros de pessoal”, destacou Wasny.
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