segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dilma abrirá a 66ª Assembeia-Geral da ONU e defenderá o reconhecimento do Estado Palestino


Começa hoje em Nova York a 66ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O discurso de abertura caberá à Presidente brasileira, Dilma Vana Rousseff.

O reconhecimento do Estado palestino promete ser o principal tema em debate na Assembleia.

Em seu discurso, Dilma dirá que passou da hora de o mundo reconhecer a existência da Palestina. Ignorando o desconforto que o apoio explícito pode criar entre americanos e israelenses, a presidente pretende reforçar a posição de líder internacional que o Brasil busca.

Dilma falará ainda sobre temas importantes como a transparência nas ações do governo, o combate a doenças crônicas no país e a crise econômica mundial.

Discurso

Em seu programa semanal de rádio Café com a Presidenta, Dilma disse ter orgulho de ser a primeira mulher a abrir o encontro da ONU.

"Tenho muito orgulho de ser a primeira mulher, uma mulher brasileira, a abrir a Assembleia Geral da ONU", ressaltou Dilma. "O Brasil tem muito a mostrar em cada um desses temas", completou.

Dilma comentou também o anúncio de ampliação da meta do governo de creches e pré-escolas a serem entregues em todo o País até 2014 - de 6 mil para 6,4 mil. "Essas unidades escolares estão sendo chamadas de supercreches, porque elas reúnem a creche e a pré-escola em prédios muito bem construídos, capazes de oferecer uma educação de muita qualidade às nossas crianças", explicou.

A presidente falou ainda sobre a construção de 6,6 mil quadras esportivas escolares e a cobertura de 5 mil unidades até 2014. Segundo Dilma, mais de 8 milhões de alunos do ensino fundamental e do ensino médio serão beneficiados pelas medidas.

"O esporte é um estímulo para que as crianças permaneçam na escola por mais tempo. É, muitas vezes, uma maneira de tirar a criança da rua, sobretudo, nas regiões mais carentes", concluiu.

Meu Comentário

Dilma passará pelo primeiro grande “teste de fogo” internacional. Todos os 193 Chefes de Estado estarão atentos as palavras da Presidente da 7ª maior economia mundial. Ao posicionar-se favoravelmente ao reconhecimento pela ONU da existência do Estado Palestino e sua respectiva adesão à entidade, Dilma estará pondo à prova a diplomacia brasileira.

Os Estados Unidos já se posicionaram contrários ao reconhecimento da Palestina e, caso a posição da Presidente Dilma seja mesmo favorável ao reconhecimento, logo no momento da abertura da Assembleia-Geral, deve gerar um certo constrangimento nas relações diplomáticas.

Essa é uma questão extremamente delicada, pois as conseqüências dependem diretamente dos desdobramentos que a demanda de reconhecimento do Estado Palestino pela ONU vai ter. O tema é tão delicado que destaca-se entre uma das questões que mais poderia motivar uma 3ª Guerra Mundial.

O melhor ao Brasil era ter um tempo de maturação maior sobre a questão. Apesar de muitos países estarem pressionando o governo americano para que adote uma nova postura, o Brasil pode acabar adotando postura contrária a do Conselho de Segurança da entidade, minando as pretensões brasileiras de conquistar um assento definitivo no respectivo Conselho, sem contar as retaliações globais que a causa pode atrair.

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