terça-feira, 30 de agosto de 2011

PMDBistas preocupados com o "espaço" petista

Do O Estado de S.Paulo, por Christiane Samarco, comentário meu:

Oito meses de administração Dilma Rousseff depois, o PMDB concluiu que o sonho da Vice-Presidência - um passaporte para ingressar no futuro governo maior do que saíra da Era Lula e disputar de igual para igual com o PT - virou pesadelo. Além de perder espaço no ministério, o partido luta para não ser subjugado por petistas no Congresso e nas urnas de 2012, assombrado com a perspectiva de encolher nas eleições municipais.

Os peemedebistas comandam hoje apenas cinco ministérios, enquanto o PT acumulou mais poder com 17 ministros e pastas de alta relevância política, como Saúde e Comunicações - antes na cota do PMDB.

"Mas não adianta chorar o leite derramado. O partido virou esta página", conforma-se o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), argumentando que o relacionamento com a presidente Dilma Rousseff tem melhorado.

O que preocupa peemedebistas não é a interlocução com o Planalto, mas a disputa eleitoral do ano que vem. "Vamos ser aniquilados nas prefeituras", prevê o deputado Eduardo Cunha (RJ), escancarando o temor que a cúpula do partido só manifesta nos bastidores.

"Esta preocupação existe na bancada e já foi inclusive levada ao líder e ao vice-presidente Michel Temer", confirma o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Em vez de fazer previsões, contudo, ele diz que prefere "confiar na sensibilidade" da presidente Dilma, que tem prestigiado o PMDB e insistido na importância da legenda para a governabilidade.

A experiência da última eleição foi traumática para a regional baiana, que reclama ter sido tratada como adversária pelo então presidente Lula, que só pediu votos para o PT.

Não por acaso, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), costuma dizer que as feridas nacionais levam um dia para cicatrizar, as estaduais precisam de uma semana e as locais não saram nunca. No caso baiano, a ferida local e irremediável é com o PMDB dos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima.

Troféu

O líder Henrique Alves destaca que a marca mais forte do PMDB é o número recorde de prefeituras. É por conta dos 1.200 prefeitos em todo o País que os peemedebistas se gabam da "capilaridade" da legenda. Mas o deputado Eduardo Cunha acusa o PT de estar usando a máquina federal para tomar prefeituras do PMDB nos grotões. "Eles vão nos ultrapassar e nos roubar o troféu de partido que sempre teve o maior número de prefeitos no Brasil."

Segundo o senador Walter Pinheiro (PT-BA), no entanto, não há razão para nervosismo, até por que o PT da Bahia, por exemplo, se relaciona "muito bem" com os demais partidos da base. "Estão colocando o PT maior do que ele é. Não temos tamanho para estar engolindo todo mundo", diz Pinheiro, insistindo que "não dá para achar que a gente vai sair atropelando todo mundo".

"O PMDB deve se concentrar na grande força que tem, que são as lideranças regionais e estaduais. Temos de motivar os líderes locais a irem às ruas e ganhar o apoio popular", propõe Henrique Alves.

Meu Comentário

A força do PMDB é proeminente do movimento pela liberdade nacional durante o período da ditadura militar. Alicerçado por essa sólida base de “ajuda ao sistema político nacional” o partido soube ampliar sua lideranças e capilarizá-las em território nacional.

O desgaste dessa imagem PMDBista começa a dar sinais de enfraquecimento, por hora, apenas está entre as preocupações de seus líderes partidários, amanhã, estará evidenciada com a renovação das gerações votantes e, inevitavelmente, a perda do grande alicerce político: o enfraquecimento do apelo nacional pela liberdade.

Não em confronto ao fato, soma-se o desgaste de ser visto com o partido dos sem partido, ou seja, que não tem lado ou ideologia, mas é ávido de poder. Assim, uma redução do número de governantes do PMDB será não só uma questão de favorecimento político desse ou daquele partido, mas uma questão de história.

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