quinta-feira, 19 de maio de 2011

Salvo pelo Gongo! Manobra governista livra Palocci de ir à Câmara explicar sua brilhante evolução patrimonial


Por Tiago Monteiro Tavares:


O caso Palocci tomou conta dos debates na Câmara dos Deputados novamente ontem (18/05). O Governo se mobilizou e agendou para 9 da manhã uma Sessão Extraordinária para votar o requerimento da convocação do Ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, fato que gerou o cancelamento de treze reuniões deliberativas das Comissões da Câmara, em virtude do início da Ordem do Dia (Requerimento do Palocci).


A grande manobra governista gerou revolta na oposição. Com a medida, o Governo evitou que os requerimentos de convocação de Palocci fossem votados também nas Comissões, onde o risco de se ter os requerimentos aprovados são maiores. Por 266 votos contra, 72 a favor e 8 abstenções, o plenário rejeitou o requerimento apresentado pelo DEM. Em votação simbólica, outro requerimento apresentado pelo líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), também foi rejeitado.


O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a oposição vem agindo na tentativa de desmoralizar o governo Dilma. Ele informou que até mesmo na Comissão de Agricultura foi feito pedido para convocação de Palocci. “Quero pedir a maioria desta casa para dar uma resposta clara. Vamos votar todos os requerimentos da oposição que apenas tenta prejudicar o governo Dilma”, aclamou. Já o líder do DEM, ACM Neto (BA), disse que a oposição não senta mais à mesa com o governo enquanto continuar o "golpe". “Mais cedo ou mais tarde as sessões serão retomadas e o requerimento será votado. O governo joga com a lógica do esquecimento, mas é pior para o Palocci, que continuará em evidência. Se o governo tem maioria, que nos derrote, mas que não tente ganhar por WO, porque isso é um golpe no Parlamento”, desabafou.


Assim, o Executivo continua a dominar a agenda do Congresso Nacional, fazendo do Legislativo sua Casa de “crivos simbólicos” aos projetos de seu interesse. A maioria esmagadora governista interrompeu os trabalhos da semana na Câmara e prejudicou a tramitação de propostas relevantes para a sociedade brasileira, como a votação do Código Florestal, os direitos autorais e diversos outros temas.

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