quinta-feira, 24 de março de 2011

A triste saga do Distrito Federal. Corrupção assombra novamente a Capital.

Por Tiago Monteiro Tavares:

O Distrito Federal vive mais um momento de crise política. Para aqueles que achavam que a fase de escândalos já tinha passado, a frustração foi o sentimento dominante. A nova saga de denúncias começou na sexta-feira de carnaval, com a divulgação de um vídeo em que a deputada federal Jaqueline Roriz, filha do ex-Governador Joaquim Roriz, recebeu R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção no GDF.

Depois do vídeo, outros capítulos foram incorporados a trama. Jaqueline também utilizou verba a indenizatória da Câmara dos Deputados de forma irregular, pagando aluguel de sala do próprio marido. Também apareceram denúncias de contratação de funcionários fantasmas na época em que era deputada distrital, favorecimento em licitação e recebimento de imóveis recebidos como propina.

Os atos praticados enquanto deputada distrital levaram a outras denúncias envolvendo sua ex- chefe de gabinete, a agora também deputada distrital, Celina Leão. Celina assinava todos os atos de nomeação dos funcionários fantasmas. O favorecimento de licitações na Administração de Samambaia em favor do cunhado de Celina também foram denunciados. A distrital que é a atual Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, enfrentará processos e pode até ser cassada, mesmo caso de sua madrinha, Jaqueline Roriz.

Não bastando todo burburinho, começam a aparecer denúncias contra o Governador Agnelo Queiroz. O Jornal O Globo publicou reportagem denunciando um esquema de compra de apoio de um Jornal da Capital, o Jornal da Quadra.

Veja trecho da matéria do Jornal o Globo:

Numa denúncia que pode provocar uma reviravolta no quadro político no Distrito Federal, o empresário José Seabra Neto, dono do semanário "Jornal da Quadra", decidiu romper um pacto de silêncio e acusou Agnelo Queiroz (PT) de usar caixa dois para se eleger governador do DF na campanha eleitoral do ano passado. Numa entrevista exclusiva ao GLOBO, na segunda-feira, Seabra disse que recebeu R$ 50 mil por semana durante toda a campanha para produzir edição semanal de 100 mil exemplares do "Jornal da Quadra", com matérias favoráveis a Agnelo e contra o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), principal adversário na disputa. Os pagamentos não constam na prestação de contas de Agnelo à Justiça Eleitoral.

- Sou testemunha ocular. Eu recebi dinheiro para fazer um jornal para apoiar Agnelo Queiroz. Nós tirávamos 100 mil exemplares por semana. O pagamento era feito semanalmente em espécie, R$ 50 mil - disse Seabra.

Ao todo, ele teria recebido R$ 800 mil entre junho e novembro do ano passado para produzir 16 edições do jornal e distribuir os 100 mil exemplares principalmente no Plano Piloto. Segundo o empresário, o caixa dois tinha como coordenador o delegado da Polícia Civil Miguel Lucena, hoje diretor da Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federal). Seabra diz que recebia envelopes com o dinheiro das mãos de Lucena ou de outros emissários do delegado. Na época, Lucena era coordenador de Inteligência e Segurança da campanha de Agnelo.

Para quem duvidava do aparecimento de novos fatos as provas são concretas. É triste ver o DF ser novamente motivos de chacota, e pior, pelo mesmo problema, corrupção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário