sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Manifesto de deputados do PSDB busca isolar Serra, objetivo é 2014, ou será 2018??

Por Tiago Monteiro Tavares:

O PSDB vive um momento mais do que tenso dentro da própria legenda. Após 8 anos fora do Poder e depois de ser derrotado novamente na corrida Presidencial o partido busca uma reestruturação para viabilizar uma posição competitiva em 2014, embora alguns analistas julguem que o Projeto só será viável em 2018.

Segundo informações divulgadas ontem pela Folha de SP, deputados tucanos assinaram um documento de apoio a continuidade do senador Sérgio Guerra no comando do partido. Em reunião da bancada do PSDB na Câmara para escolha do novo líder, deputado Duarte Nogueira (SP), 53 dos 55 deputados do partido assinaram manifesto pela continuidade de Guerra. Mais o que isso interfere para 2014/2018? Simples: José Serra pretende assumir a Presidência do partido ou a Presidência do Instituto Teotônio Vilela para se manter em evidência. Após perder sua segunda disputa pela Presidência da República o tucano paulista busca apoio para se manter em destaque e viabilizar-se novamente para disputar a eleição de 2014.

Acontece que a sigla já teme perder ainda mais espaço e ficar fora do Poder por quase duas décadas, fato que reduziria as cinzas o projeto partidário. Assim, lideranças tucanas sinalizam a vontade de reestruturar o partido e adotar uma postura mais firme no comando da oposição. Esta é a proposta amplamente debatida e defendida pela maioria, inclusive por analistas políticos. Contudo, há quem diga que o objetivo da ala liderada por Aécio Neves e Geraldo Alckimin é conter Serra, mais não liderar uma oposição forte e combativa.

O Projeto de Aécio leva em conta o “mito” Lula. Há quem diga que ele pretende fazer oposição nos moldes “Republicanos”, ou seja, aquela onde se tenha uma agenda positiva e de interesse coletivo, sem que haja embates mais duros e de entrave ou obstrução política. Dessa forma, o Governo Dilma teria condições de se reeleger e assim afasta a idéia de recondução de Lula em 2014. Aécio disputaria a Presidência para dar mais capilaridade e adesão ao seu nome nacionalmente e seria candidato forte em 2018, sem ter por perto Lula para poder ofuscar-lhe o brilho, que a essa altura já teria 73 anos, pouco provável de viabilizar-se novamente Presidente e Dilma reeleita em 2014 não poderia se candidatar.

Para tanto, Aécio busca apoio de Alckmin, esse pelo jeito aceitou a parceria, pois embora deva disputar espaço com Aécio em 2014/2018, precisa se livrar da sombra de Serra. A aliança seria positiva para ambos, deixando a disputa pessoal para 2º ou 3º plano.

A aposta é arriscada. Não fazer uma oposição forte pode fazer com que o eleitor decisivo, aquele que não tem candidato certo, mais que “transita” entre o centro, ora mais a esquerda, ora mais a direita, eleitor que acaba decidindo a eleição em sistemas políticos muito fragmentados e multipartidários como o brasileiro, acabem se afastando do projeto da oposição, por acreditar que ela não consegue defender uma postura diferente da postura governista. O PSDB precisa fortalecer sua instituição, preparar ações reestruturativas que envolva o fortalecimento das lideranças, militância e juventude, só assim poderá ser uma via alternativa tanto em 2014, quanto em 2018.

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