terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dilma muda e decide privatizar a Infraero



Por Tiago Monteiro Tavares:




A política brasileira carece urgentemente de uma oposição. Oposição que de fato atenda pelo nome e passe a mobilizar-se em prol da contestação de atos autoritários ou de apelos sensacionalistas que os Governos populistas adoram utilizar. O último deles é o apelo nacionalista de estatização frente as privatizações feitas no Governo FHC, largamente utilizado durante a campanha de Dilma Rousseff para minar o opositor Jóse Serra.

Como uma página que virada fica esquecida, seguem-se as ações que se julgam necessárias e o Governo Dilma muda de postura logo ao assumir o mandato, prepara-se na Infraero um pacotão de medidas para os Aeroportos, entre elas, a privatização das gestões dos principais Aeroportos do país e da construção e ampliação em demais casos. Não só, mas também pretende-se “abrir” o capital da Infraero para dar mais fôlego a investida privatista.

A medida é boa, necessária, pois não temos condições de oferecer um serviço estatal de qualidade indiscutível, prestação essa que a iniciativa privada tem condições de ofertar de forma plena. Obviamente precisa-se regular o serviço, condição que o Estado brasileiro tem relativa experiência.

O exemplo positivo vem da privatização das telecomunicações. Em 1998 tínhamos cerca de 5,5 milhões de celulares no Brasil, hoje temos aproximadamente 195 milhões de linhas habilitadas. Aparelhos modernos e que vão a cada dia se tornando indispensáveis a rotina da população. Linhas fixas eram cerca de 19 milhões em 1998, agora temos cerca de 50 milhões. Os telefones fixos tinham de ser declarados no Imposto de Renda e custavam uma pequena fortuna, agora distribui-se praticamente a custo zero. É bem verdade que o preço das tarifas é uma das mais altas do mundo, problema social que pode ser facilmente resolvido.

Em suma, observamos uma percepção social positiva quanto as privatizações, segundo pesquisa do Instituto Latinobarômetro, 51% dos brasileiros acham que elas foram positivas para o país, 52% estão satisfeitas com os serviços públicos privatizados. No mais, 75% julgam as empresas privadas indispensáveis para o desenvolvimento.

O fato que chama atenção é a ambigüidade em que o PT e a Presidente Dilma dizem defender o modelo anti-privatista, em campanha ataca o modelo, no Governo utiliza-o. Essa também é a falha da oposição, ora não defende o passado privatista, ora não responde as investidas sensacionalistas e populistas do Governo. Foi assim com o mensalão, com o Bolsa Família, com as duas últimas campanhas presidenciais e é assim com as privatizações. Ou a oposição se reestrutura e age de forma combativa ou passará 20 anos fora do Poder. Engraçado é que 20% da população se define como sendo de “direita”, contra apenas 11% de “esquerda” e 35% de “centro”. Pelo jeito o negócio é a oposição se juntar com os revoltosos do PMDB!

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