segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

No momento das articulações novatos descobrem porque Lula chegou onde chegou

Por Tiago MonteiroTavares:

Essa semana devem ser anunciadas as equipes de Governo nas esferas federal e regional, tempo em que as articulações políticas falam alto, entre indicações políticas e técnicas, cenário ideal para a pressão partidária que assusta governantes e governados.

A Presidente eleita Dilma Rousseff começa a entender o “porque” Lula chegou onde chegou: não pelo carisma e simpatia, muito menos pelas realizações de seu governo, mas pela alta capacidade de engolir sapos, fazendo jus ao apelido de “Sapo Barbudo”, não por viver “molhado” como dizem, mas pelo trâmite junto ao Pântano!

Lula já emplacou alguns nomes no futuro governo: Guido Mantega (Fazenda); Antônio Palocci (Casa Civil); Gilberto Carvalho (Secretaria da Presidência); Paulo Bernardo (Comunicação); Míriam Belchior (Planejamento); Nelson Jobim (Defesa); Fernando Haddad (Educação); Edson Lobão (Minas e Energia) e Carlos Lupi (Trabalho). Pode emplacar Alexandre Padilha como Ministro da Saúde, pasta com mais recursos na Esplanada. Padilha sairia das Relações Institucionais, responsável pelas articulações do Governo.

Dilma aceitou alguns, realocou outros, mas até o momento a maior frustração foi com o Partido Progressista (PP), que não participou da sua coligação durante as eleições, mas vai acabar levando um Ministério, o das Cidades. O nome indicado pelo partido é o do deputado federal Mário Negromonte (PP/BA), desafeto antigo da futura Presidente. Assim, Dilma se viu no “pau da aroeira” como reza o ditado popular, tendo que aceitar o nome para fazer a composição política de seu Governo.

No Distrito Federal o Governador eleito, Agnelo Queiroz (PT), também entende agora os méritos da trajetória de Lula, pois tem Tadeu Filippelli, presidente do PMDB-DF, como seu vice. Nas articulações, o mostro chamado PMDB, ficou com toda a área de infra-estrutura, um dos maiores orçamentos do GDF, contemplando Secretaria de Obras, Transportes, Agricultura, NovaCap e outras, tudo sob a coordenação de Filippelli, que será uma espécie de Presidente do Conselho de Infra-estrutura. Não bastando o PMDB, Agnelo também tem que administrar o próprio PT, que tem insistido em ocupar tudo!

Dessa forma, os demais cenários regionais também vão na mesma direção, se assustam apenas os mais novatos nos cargos executivos. Essa é a realidade da política brasileira, intermináveis jogos partidários de interesses particularistas e escusos. Nosso sistema político precisa urgentemente de reforma, o grande X da questão está em colocar o assunto em pauta e, depois, mediar as discussões seguindo o interesse público.

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