segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Partidos Médios se fortalessem nessas eleições


Da Agência Câmara, comentário meu:

O resultado das eleições deste ano para a Câmara dos Deputados evidencia a tendência, já apontada por especialistas, de crescimento dos partidos médios e também do número de legendas.

Em 2006, os partidos grandes, que conquistaram pelo menos 10% das vagas na Câmara cada (PMDB, PT, PSDB e DEM), somaram 303 cadeiras, ou seja, 59% do total. Em 2011, esse grupo (PT, PMDB, PSDB) caiu para 220 vagas (42,9% do total).

Os partidos médios, por sua vez, ganharam força. As legendas intermediárias – com menos de 10% das vagas, mas com direito a terem líderes de bancadas (entre 6 e 51 deputados) –, elegeram 197 deputados em 2006 (38,4% do total). Neste ano, o grupo subiu para 275 eleitos, ou 53,6% da Câmara.

Já os partidos pequenos, com menos de 1% da Câmara, conquistaram 13 parlamentares em 2006 e 14 neste ano. Há quatro anos, 19 partidos tinham pelo menos um representante na Câmara. Em 2011, serão 22.

Esse quadro pode sofrer alterações até o fim do ano, já que a Justiça ainda deve julgar os casos de candidaturas indeferidas com base na Lei da Ficha Limpa.

Segundo o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) Antônio Augusto de Queiroz, o crescimento dos partidos médios nos últimos anos é resultado natural do cenário político brasileiro: “Os partidos intermediários, ao contrário dos grandes, têm conseguido se oxigenar, criar novos quadros, com novas lideranças. Além disso, a sociedade tem ficado cada vez mais exigente e procurado alternativas em razão das denúncias contra os caciques do grandes partidos”.

O Sistema Político Brasileiro (SPB) está entre os mais fragmentados do mundo no tocante aos partidos políticos, somamos 29 partidos que, teoricamente, representam grande parte dos variados segmentos e tendências sociais. O crescimento dos partidos de médio e até mesmo os de pequeno porte sustenta-se, principalmente, em dois pilares distintos. No primeiro, temos a questão política, que no jogo da barganha pelo poder fevorece o surgimento e a capilaridade dos pequenos e médios partidos. Essa media garante uma aproximação maior do Poder por parte desses partidos, principalmente, quando conquistam assentos no parlamento, facilitando a composição partidária em blocos parlamentares e aumentando a participação no Poder. Já o segundo pilar é a sustentação representada pela própria sociedade, que demanda renovação dos quadros políticos e busca uma maior identificação, seja ideológica no partido, seja pessoal com o candidato, explicando a tendência agora consolidade de crescimento dessas legendas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário