Do Ex-Blog de César Maia, comentário meu:
Na Europa, se avalia a representatividade dos partidos políticos em função da proporção de deputados nacionais no parlamento. Tomando esse conceito como básico, o resultado da eleição-2010 estruturou a Câmara de Deputados da seguinte forma: PT 17,2% / PMDB 15,4% / PSDB 10,3% / DEM 8,4% / PR 8% / PP 8% / PSB 6,6% / PDT 5,5% / PTB 4,1% / PSC 3,3% / PCdoB 2,9% / PV 2,9% / PPS 2,3% /PRB 1,6% / PMN 0,8% / PTdoB 0,6% / PSOL 0,6% / PRTB 0,4% / PHS 0,4% / PRP 0,4% / PSL 0,2% / PTC 0,2%.
Portanto, será uma Câmara de Deputados com 22 partidos políticos. A maior pulverização de todos os tempos. Alguns partidos têm um espaço na imprensa desproporcional ao que representam de eleitores. O PSOL é um deles, com apenas 0,6%. O PCdoB é outro, com 2,9%. Critérios de legitimação da imprensa, talvez como prêmio pela luta contra o autoritarismo. Se valesse a cláusula de barreira de 4%, teríamos menos 13 partidos.
Mas pode-se tentar agrupá-los politicamente. PT+PSB+PDT+PCdoB+PSOL+PV somam 35,7%, longe de uma maioria para mudanças constitucionais proto-chavistas. PSDB, DEM e PPS -unidos em 2010- somam 21%. PMDB, PP, PR, PTB e PSC, partidos elásticos por natureza, somam 38,8%. E, finalmente, as microrepresentações somam 4,5%, que podem ser agrupadas pelo critério de plasticidade ao PMDB, somando 43,3%.
Com esta distribuição partidária e pulverização plástica, mais uma vez teremos uma Câmara de Deputados onde as tramitações legislativas terão os mesmos labirintos apolíticos a serem atravessados. Se usarmos o critério político de cada deputado, certamente não se poderia agrupar o PSB, o PDT e o PV da mesma forma. E os 35,7% cairiam para uns 25%, se tanto.
Isso exigirá -em qualquer caso de vitória presidencial- uma escolha extremamente cuidadosa do ministro de articulação política, tenha o ministério o nome que tiver. Deve ter a confiança total do/da presidente, experiência parlamentar e confiança da bancada plástica. Não são tantos os nomes assim. De um e de outro lado.
Essa articulação entorno do Ministro de relações políticas (Ministro das Relações Institucionais) deve representar um alto custo político para o próximo (a) Presidente. Caso Serra vença, terá dificuldade em encontrar um bom nome, devendo ceder espaço ao PMDB, que sabemos que sempre é GOVERNO, independente de qualquer questão eleitoral, essa postura acontece pelo grande tamanho do partido, se tornando muito plural e dividido. Se a vitoriosa for Dilma Rouseff, a mesma deverá enfrentar ainda mais problema, não pela escolha do nome, mas pelo “tamanho” que o PMDB vai ter no Governo. A força partidária do partido será ainda maior, haja visto o tempo de Rádio/TV e as articulações políticas envolvendo o 1° Turno e a eleição proporcional na Câmara e também nos Estados. Assim, com Serra ou Dilma teremos um PMDB presente e forte, pouco mais ou pouco mesmo, dependendo de quem ganhe.
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