Por Tiago Monteiro Tavares:
Em momento bem oportuno, a “CPI da Codeplan” apresentou ontem (25/08) seu relatório final. A CPI foi instituída no âmbito da Câmara Legislativa do DF para apurar as denúncias que levaram a queda do Governo de José Roberto Arruda, escândalo chamado de “Mensalão do DEM de Brasília”.
O relator da CPI, deputado Paulo Tadeu (PT-DF), que também é candidato a deputado federal, aponta o esquema de corrupção como sendo alimentado por diversas áreas do Governo, que chamou de “áreas envolvidas no esquema”: além da informática, publicidade, terras públicas (uso e ocupação do solo – PDOT), coleta e tratamento do lixo, DETRAN e BRB davam sustentação ao esquema.
No parecer aprovado pela Comissão, o início do esquema se deu no começo do terceiro mandado (1999) de Joaquim Roriz, no extinto Instituto Candango de Solidariedade (ICS). Os “negócios” irregulares eram feitos através do Instituto por ser empresa privada, fato que facilitava contratos sem licitação. Após investigações do Ministério Público, o ICS foi extinto e os “contratos” suspeitos passaram a ser feitos via Companhia de Desenvolvimento do Planalto (Codeplan), que era presidida por Durval Barbosa, delator do esquema.
O relatório pede indiciamento de 22 pessoas, entre elas Arruda e Joaquim Roriz.
O que compromete o resultado da CPI é o momento em que foi divulgado o relatório final. Por mais que as denúncias sejam procedentes, não se pode admitir que um relatório com esse teor seja apresentado apenas um mês das eleições e, o pior, relatado por um deputado que é candidato. São essas entrelinhas da política que fazem com que a mesma não tenha credibilidade. Agora, o relatório poderá ser contestado pelo fato de não citar alguns supostos envolvidos que seriam ligados aos adversários de Roriz.
Dessa forma, o relatório tem cunho eleitoreiro, tanto para o relator, quanto para o PT e seus aliados. Resta esperar para ver se com essa “artimanha” a companheirada consegue ocupar o tal “espaço vazio” deixado por José Roberto Arruda.
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