A Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência da Câmara dos Deputados ouviu ontem (18/06), o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo de Souza, que confirmou ter sido procurado por um grupo da campanha da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, para prestar serviços de espionagem contra o candidato do PSDB, José Serra.
A comissão convidou o delegado para esclarecer matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual Onézimo de Sousa teria se reunido com o então assessor da campanha de Dilma, Luiz Lanzetta, para tratar de supostas investigações sobre Serra.
Segundo Onézimo, a oferta foi recusada por ele, que negou ter informações privilegiadas dos serviços de inteligência para produzir um dossiê contra o tucano José Serra. "Eu fui convidado pelo PT, não prestei serviços ao PT, mas acabei ajudando o PT. Se não afastassem esse pessoal e não dessem um basta nesse tipo de coisa, as consequências seriam piores no futuro", afirmou. O convite, segundo afirmou o delegado aposentado, teria partido dos jornalistas Luiz Lanzetta e Amaury Ribeiro e do empresário Benedito de Oliveira Neto, todos ligados ao comitê de campanha da petista Dilma.
O delegado tornou-se dono de uma empresa de segurança privada depois de se aposentar da Polícia Federal e disse que o disfarce proposto para a sua atuação seria a prestação de serviços de proteção à casa utilizada como comitê eleitoral do PT, no valor de 10 parcelas de R$ 160 mil.
"Eram dois serviços: um era proteger a casa, esse sim, por isso procuraram alguém com experiência, e o outro era saber quem eram esses caras do Itagiba", acrescentou Onézimo, referindo-se a uma investigação da atuação do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ). De acordo com o delegado aposentado, ao ser informado da segunda proposta (espionar Serra), ele desistiu do negócio.
"Eram dois serviços: um era proteger a casa, esse sim, por isso procuraram alguém com experiência, e o outro era saber quem eram esses caras do Itagiba", acrescentou Onézimo, referindo-se a uma investigação da atuação do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ). De acordo com o delegado aposentado, ao ser informado da segunda proposta (espionar Serra), ele desistiu do negócio.
Segundo o delegado aposentado, o encontro com o grupo da campanha de Dilma Roussef teria sido articulado pelo ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, que também foi convidado a comparecer à audiência da comissão, mas não respondeu o convite. A oposição pretende ouvir em nova audiência o ex-sargento.
A comissão mista pediu informações à Aeronáutica sobre a data em que o sargento Idalberto deu baixa do serviço de inteligência. Se a reunião com o PT tiver ocorrido quando ele ainda era servidor público, o convite de depoimento pode se transformar em convocação.
O caso ainda não foi noticiado em larga escala pela imprensa, fato que se ocorrer deve repercutir negativamente na campanha da governista Dilma Rousseff (PT). Mais uma vez os chamados "aloprados", petistas ligados ao comite geral da campanha da ex-ministra chefe da Casa Civil da Presidência da Répública e que objetivam formar dossiês para derrotar adversários eleitorais, meteram os pés pelas mãos e acabaram por criar um grande problema para a campanha governista.
Em época de tantas surpresas na política, como a Lei da "Ficha Limpa", que promete tirar do próximo pleito eleitoral boa parte dos políticos envolvidos em escândalos, agora o momento é de espera para se avaliar as consequências de tantas bombas eleitorais que continuarão a explodir.
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