1. Desde os anos 80 a mobilização da juventude e a sua participação política vinham diminuindo. As mobilizações dos jovens em grandes manifestações nas ruas foram minguando. Nas campanhas eleitorais, os debates acalorados, com "torcidas" dos candidatos extravasando os auditórios, quase desapareceram. Precipitadamente, analistas falavam de um processo de alienação, produto da sociedade de consumo.
2. Provavelmente, as causas de fundo foram as mudanças na própria atividade política. À medida que os extremos políticos convergiam para o centro, após a queda do Muro de Berlim, as razões espontâneas de mobilização perderam impulso. Uma razão central está no que muitos politólogos chamam de "partidocracia". Ao tempo em que ocorre a convergência ao centro, os partidos se fecham e se consideram eles mesmos detentores da representação popular a partir do voto da população.
3. A "partidocracia" produziu claros desestímulos à participação dos jovens, que não viam os canais de participação, mobilidade e ascensão partidárias. Os parlamentos foram se burocratizando como desdobramento desse processo. Nos últimos anos, há uma nítida reversão desse quadro, desmentindo os que imaginavam que as causas eram estruturais e permanentes. Se uma parte dos jovens busca a participação política com expectativa de ascensão partidária e acesso a mandatos, a grande maioria busca a participação política para influenciar as decisões.
4. A internet quebrou aquela obstrução. Mesmo que a maioria dos partidos não desenvolva canais de acesso a mandatos e a espaços políticos, o fato é que, em relação àqueles que querem participar da política, a internet implodiu as máquinas partidárias. O uso da internet é proporcionalmente maior entre os jovens, reforçando essa tendência. Esses descobrem que os edifícios partidários podem ser alcançados em qualquer andar, sem precisar mostrar carteirinha ao porteiro nem usar os seus elevadores.
5. A participação é livre, pode-se dizer o que se quer, multiplicar o que se pensa, formar redes numa multiplicidade de temas e numa frequência maior que os políticos com mandato, mobilizar a opinião pública. Já vivemos num ambiente muito diferente, com ampla participação dos jovens, que, filiados ou não a partidos,opinam, pressionam e chegam à sociedade, independente da vontade e da autorização dos caciques de plantão. Com isso, a participação dos jovens voltou a dar dinamismo ao processo político. Os partidos que entenderem isso estarão conectados ao futuro.
A grande transformação social representada pela inserção e pelo acompanhamento do cotidiano político pela junventude consiste na mudança estrutural de valores culturais da sociedade brasileira quanto ao posicionamento da juventude no processo político-social. Essa mudança equaciona a relação de subserviência enraizada em nossa sociedade e que afastava os jovens da política e mesmo do processo social. O aumento da capilaridade de inserção da internet somado ao domínio dessa ferramenta pela juventude muda a relação de participação política, que diminui o vínculo populista e aumenta o vínculo de "controle" do processo, haja visto que o público da internet acessa conteúdos de interesse específico e não "aleatório" como na televisão, por exemplo.
2. Provavelmente, as causas de fundo foram as mudanças na própria atividade política. À medida que os extremos políticos convergiam para o centro, após a queda do Muro de Berlim, as razões espontâneas de mobilização perderam impulso. Uma razão central está no que muitos politólogos chamam de "partidocracia". Ao tempo em que ocorre a convergência ao centro, os partidos se fecham e se consideram eles mesmos detentores da representação popular a partir do voto da população.
3. A "partidocracia" produziu claros desestímulos à participação dos jovens, que não viam os canais de participação, mobilidade e ascensão partidárias. Os parlamentos foram se burocratizando como desdobramento desse processo. Nos últimos anos, há uma nítida reversão desse quadro, desmentindo os que imaginavam que as causas eram estruturais e permanentes. Se uma parte dos jovens busca a participação política com expectativa de ascensão partidária e acesso a mandatos, a grande maioria busca a participação política para influenciar as decisões.
4. A internet quebrou aquela obstrução. Mesmo que a maioria dos partidos não desenvolva canais de acesso a mandatos e a espaços políticos, o fato é que, em relação àqueles que querem participar da política, a internet implodiu as máquinas partidárias. O uso da internet é proporcionalmente maior entre os jovens, reforçando essa tendência. Esses descobrem que os edifícios partidários podem ser alcançados em qualquer andar, sem precisar mostrar carteirinha ao porteiro nem usar os seus elevadores.
5. A participação é livre, pode-se dizer o que se quer, multiplicar o que se pensa, formar redes numa multiplicidade de temas e numa frequência maior que os políticos com mandato, mobilizar a opinião pública. Já vivemos num ambiente muito diferente, com ampla participação dos jovens, que, filiados ou não a partidos,opinam, pressionam e chegam à sociedade, independente da vontade e da autorização dos caciques de plantão. Com isso, a participação dos jovens voltou a dar dinamismo ao processo político. Os partidos que entenderem isso estarão conectados ao futuro.
A grande transformação social representada pela inserção e pelo acompanhamento do cotidiano político pela junventude consiste na mudança estrutural de valores culturais da sociedade brasileira quanto ao posicionamento da juventude no processo político-social. Essa mudança equaciona a relação de subserviência enraizada em nossa sociedade e que afastava os jovens da política e mesmo do processo social. O aumento da capilaridade de inserção da internet somado ao domínio dessa ferramenta pela juventude muda a relação de participação política, que diminui o vínculo populista e aumenta o vínculo de "controle" do processo, haja visto que o público da internet acessa conteúdos de interesse específico e não "aleatório" como na televisão, por exemplo.
Dr. Tiago:
ResponderExcluiro Duda Mendonça não concorda com você, veja reportagem sobre sua palestra a respeito da juventude e da Internet.
Mas eu e o César concordamos.
Aquele abraço,
José Carlos Araújo
Prezado José Carlos,
ResponderExcluirCertamente existem muitas correntes contrárias a tese de que os jovens, apesar de dominarem a internet, não utilizam o mecanismo para ter acesso a conteúdo político.
Entre a correte contrária a tese e a favorável, fico com a favorável!
Abraços..
Nós o povo queremos internet de graça, diminuir a carga tributária, e incentivo pros motorista de táxi. Chega de teoria, queremo solução pros problema.
ResponderExcluirGeraldo