segunda-feira, 21 de março de 2011

Obama e o "apreço à aspiração do Brasil" de integrar o Conselho de Segurança da ONU

Especial Visita do Obama 1: Do Blog Coturno Noturno, comentário meu:




A diplomacia tem o máximo cuidado com as palavras. Com os pontos e as vírgulas. Para que o que foi dito seja efetivamente compreendido ou, quando o assunto é delicado, que sempre sobre um duplo sentido que permita uma saída estratégica. Hoje a imprensa comemora o apreço de Barack Obama em ver o Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Assim como ele fez com a Índia, recentemente, segundo os apressadinhos. Foi por estas e outras que o "my man" de Obama virou "o cara" do Lula.



A primeira diferença é que, na Índia, Obama fez uma declaração verbal, enquanto aqui no Brasil o apoio saiu na declaração conjunta assinada. Mas os termos, considerando a linguagem diplomática, são completamente diferentes. Vejam, abaixo, as duas declarações:



Em Nova Deli, Obama afirmou que a “justa e sustentável ordem internacional que a América busca inclui uma Nações Unidas eficiente, efetiva, crível e legítima. Por isso eu posso dizer hoje que nos anos que se seguirem eu espero ver um Conselho de Segurança reformado que inclui a Índia como um membro permanente”.




O comunicado conjunto assinado em Brasília:




“ (…) Os Presidentes concordaram que, da mesma forma que outras organizações internacionais precisaram mudar para se tornarem mais aptas a responder aos desafios do Século XXI, o Conselho de Segurança das Nações Unidas também precisa reformar-se, e expressaram seu apoio a uma expansão limitada do Conselho de Segurança que aprimore suas efetividade e eficiência, bem como sua representatividade. O Presidente Obama manifestou seu apreço à aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança e reconheceu as responsabilidades globais assumidas pelo Brasil.” (…)



Entre "incluir a Índia" e "manifestar apreço à aspiração do Brasil" há uma grande diferença. Só não vê quem não tem apreço pela verdade, optando pelo oba-oba como grande parte da imprensa.




Meu Comentário: A questão do Brasil pretender um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU é estratégica. Se faz necessária a mobilização para que se viabilize mudanças estruturantes e possamos ocupar assento permanente no Conselho de Segurança. Seria o reconhecimento de que estamos avançando e ocupamos posição relevante para o futuro do Planeta. Mas, mais que isso, significa independência plena e poder de veto nas questões de interesse mundial. Certamente a posição oficial do Governo Americano não é tão simpática quanto tem sido o Presidente Obama. Apenas vê com " bons olhos" à "Aspiração".

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