quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Nau petista no balanço do PMDB

Por Tiago Monteiro Tavares:

Findado o processo eleitoral que deu vitória a candidata governista Dilma Rousseff (PT), o momento pós eleitoral já começa tenso e mostrando como deve ficar a relação de forças entre PMDB e PT. Na segunda feira, logo após a festa da vitória, Dilma reuniu os principais coordenadores de campanha para definir o processo de transição, contudo, esqueceu de convidar seu aliado mais importante e poderoso, o PMDB.

Na reunião, ficou decidido que os coordenadores petistas José Eduardo Dutra, Presidente do PT, Antônio Palocci, ex Ministro da Fazenda e acusado de violação de sigilo bancário de caseiro e José Eduardo Cardozo, deputado federal, serão os responsáveis pela transição.

Como o PMDB reagiu negativamente, a princípio por ter sido excluído da reunião e, posteriormente, por não ter assento na equipe de transição, Dilma e a cúpula petista resolveram recuar, convidando Michel Temer, vice- Presidente eleito e Presidente do PMDB, para coordenar a equipe de transição.

O inconveniente mostra como será a relação do PT com o PMDB, tensa, de muuiita negociação e concessão, isso porque o PMDB é o maior partido do Brasil, reunindo em sua legenda lideranças locais e regionais de grande capilaridade e, politicamente, detentores de voz ativa no Congresso Nacional, inclusive com lideranças de outras siglas, o que pode dificultar a relação entre Executivo e Legislativo, caso o PMDB não esteja alinhado com o PT.

Somado a esse “poder” do PMDB, temos a relação pessoal de Dilma com o PT, uma relação nova e, que até agora, era sustentada por Lula. Contudo, a partir de agora Dilma e o PT passam a se relacionar de forma direta. Por toda sua história Lula é maior que o PT, mas Dilma não, fato que exigirá habilidade para segurar a grande militância ativa do partido, ávida por cargos no governo, além da pressão dos dirigentes. Assim, a previsão analítica de que o Governo Dilma será, em grande parte, um Governo do PMDB, começa a ficar mais clara e definida, no entanto, estamos ainda no começo, quando o mandato realmente começar poderemos ter uma visão mais objetiva do tamanho do PMDB no governo Dilma.

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