1. Um mês atrás, o professor Mangabeira Unger, convidado para conversar com a oposição argentina, constatou que todos, embora estando contra os Kirchner, destoavam muito entre si, o que apontava para várias candidaturas a presidente. Com todo o desgaste, Kirchner está sempre com 25% das opções de voto, o que num quadro pulverizado, significa a garantia de estar no segundo turno.
2. Mangabeira Unger, ao final da reunião, concluiu lapidarmente com a expressão: "Precisamos Coordenar o Dissenso". Este é um ensinamento básico para a política, a começar pelas disputas internas dentro dos partidos. Sem "coordenar o dissenso", quem vence a disputa interna num partido é outro partido, o adversário.
3. Num sistema pluripartidário, "coordenar o dissenso" é tarefa fundamental. Especialmente no Brasil, onde, na Câmara de Deputados, nenhum partido alcança 20% dos votos, e a base de nosso pluripartidarismo é a inorganicidade. No caso brasileiro há outro complicador ainda maior. Os partidos não têm base eleitoral garantida, que podem variar, como tem ocorrido, numa faixa em que o teto é o dobro do piso.
4. Esta inorganicidade e a plasticidade eleitorais levam à necessidade de "coordenar o dissenso" entres os próprios eleitores. Explicando: O primeiro passo numa campanha eleitoral é dar todas as razões aos que potencialmente não querem uma candidatura. Uma vez identificado esse painel dos contrários a um nome, caberia em seguida "coordenar o dissenso", ou seja, encontrar as razões que funcionem como divisor comum entre os eleitores que, a princípio, não querem apoiar aquele nome.
5. Para isso, haverá a necessidade de se ajustar compromissos e programas, de forma a torná-los mais abrangentes e menos partidários. Com isso, se elimina o risco daqueles que não querem certo nome, refluírem para este mesmo nome no caso de conflitos dentro do campo "dissensual". Quando se pensa que estar contra um garante o voto para outro, pode-se estar cometendo um engano fatal durante a campanha.
6. Pode-se estar contra um, e na procura do outro, encontrar um campo de conflitos tão grande, que se termina reavaliando a decisão, quanto aos riscos, num e noutro caso. Portanto, analisar em profundidade as razões para se estar contra alguém e em seguida cruzar com as expectativas destes eleitores para buscar divisores comuns, é decisivo para a vitória no primeiro turno ou para a preparação da vitória no segundo turno.
7. Se tratarmos do campo das oposições nas eleições presidenciais de 2010, verificamos que a "coordenação do dissenso" já deveria ter sido efetivada dentro dos partidos de apoio. Depois, já se deveria ter "coordenado os dissensos" entre os partidos de apoio. E se deveria estar entrando com uma bateria de pesquisas em série para se saber o que uniria a maioria dos eleitores contra a candidatura adversária. Para ir, dentro desta bateria de pesquisas em série, definindo o que deve ser escoimado do programa e dos compromissos e o que deve ser identificado como consenso possível, para se afirmar programa e compromissos, junto ao eleitor, que potencialize a vitória eleitoral.
Coordenar o dissenso parece ser uma tarefa árdua para os partido políticos no Brasil. Os partidos de esquerda, de massa, já estão mais acostumados a lidar com esses conflitos, até por ser um tanto quanto inerente ao mecanismo das prévias adotadas por essas agremiações. Já os partidos de direita, geralmente partidos de quadros, dirigidos por líderes parlamentares, não conseguém equalizar esse conflito com tanta maestria, resultado... uma oposição sem voz e um retrocesso nas campanhas eleitorais.
2. Mangabeira Unger, ao final da reunião, concluiu lapidarmente com a expressão: "Precisamos Coordenar o Dissenso". Este é um ensinamento básico para a política, a começar pelas disputas internas dentro dos partidos. Sem "coordenar o dissenso", quem vence a disputa interna num partido é outro partido, o adversário.
3. Num sistema pluripartidário, "coordenar o dissenso" é tarefa fundamental. Especialmente no Brasil, onde, na Câmara de Deputados, nenhum partido alcança 20% dos votos, e a base de nosso pluripartidarismo é a inorganicidade. No caso brasileiro há outro complicador ainda maior. Os partidos não têm base eleitoral garantida, que podem variar, como tem ocorrido, numa faixa em que o teto é o dobro do piso.
4. Esta inorganicidade e a plasticidade eleitorais levam à necessidade de "coordenar o dissenso" entres os próprios eleitores. Explicando: O primeiro passo numa campanha eleitoral é dar todas as razões aos que potencialmente não querem uma candidatura. Uma vez identificado esse painel dos contrários a um nome, caberia em seguida "coordenar o dissenso", ou seja, encontrar as razões que funcionem como divisor comum entre os eleitores que, a princípio, não querem apoiar aquele nome.
5. Para isso, haverá a necessidade de se ajustar compromissos e programas, de forma a torná-los mais abrangentes e menos partidários. Com isso, se elimina o risco daqueles que não querem certo nome, refluírem para este mesmo nome no caso de conflitos dentro do campo "dissensual". Quando se pensa que estar contra um garante o voto para outro, pode-se estar cometendo um engano fatal durante a campanha.
6. Pode-se estar contra um, e na procura do outro, encontrar um campo de conflitos tão grande, que se termina reavaliando a decisão, quanto aos riscos, num e noutro caso. Portanto, analisar em profundidade as razões para se estar contra alguém e em seguida cruzar com as expectativas destes eleitores para buscar divisores comuns, é decisivo para a vitória no primeiro turno ou para a preparação da vitória no segundo turno.
7. Se tratarmos do campo das oposições nas eleições presidenciais de 2010, verificamos que a "coordenação do dissenso" já deveria ter sido efetivada dentro dos partidos de apoio. Depois, já se deveria ter "coordenado os dissensos" entre os partidos de apoio. E se deveria estar entrando com uma bateria de pesquisas em série para se saber o que uniria a maioria dos eleitores contra a candidatura adversária. Para ir, dentro desta bateria de pesquisas em série, definindo o que deve ser escoimado do programa e dos compromissos e o que deve ser identificado como consenso possível, para se afirmar programa e compromissos, junto ao eleitor, que potencialize a vitória eleitoral.
Coordenar o dissenso parece ser uma tarefa árdua para os partido políticos no Brasil. Os partidos de esquerda, de massa, já estão mais acostumados a lidar com esses conflitos, até por ser um tanto quanto inerente ao mecanismo das prévias adotadas por essas agremiações. Já os partidos de direita, geralmente partidos de quadros, dirigidos por líderes parlamentares, não conseguém equalizar esse conflito com tanta maestria, resultado... uma oposição sem voz e um retrocesso nas campanhas eleitorais.
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